– O primeiro português no espaço (e o Porto Vintage também).
– Restos de um foguetão chinês despenham-se descontroladamente.
– O telescópio espacial James Webb envia as primeiras imagens.
– A guerra na Ucrânia obriga a poupança de energia na Europa. Com menos luzes nas ruas vai haver menor poluição luminosa (portanto melhores condições de observação dos astros).
Quando olhamos para o céu vemos pequenos pontos luminosos. A grande maioria são estrelas dentro da nossa galáxia. Mas podemos ver planetas que não cintilam e que estão sempre sobre a mesma linha curva virtual – a eclíptica (onde se observam os eclipses). Este é o plano da órbita dos planetas solares.
Neste início de verão, antes do nascer do sol, virado a sul, podemos ver ao mesmo tempo, de este para oeste, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno na tal eclíptica.
Mas não só podemos ver estrelas e planetas. Andrómeda, a galáxia vizinha no nosso grupo local, é visível a olho nu na constelação de Pégaso, abaixo da Cassiopeia, em boas condições de escuridão (sem luzes e com lua nova).
Também podemos observar satélites artificiais e no dia 13 de agosto vamos ter uma chuva de estrelas – as Perseidas, que têm o seu radiante (constelação de onde irradiam)na constelação Perseu (entre a constelação do Touro e a Cassiopeia).
O olho humano tem dois tipos de células receptoras de luz. Uma de alta intensidade (cones) e outra de baixa intensidade (bastonetes).
Para visualizar estrelas temos que estar na escuridão, mas a adaptação completa demora vinte minutos.
Estas células têm moléculas fotossensíveis complexas que são formadas por átomos pesados. Foram criados na natureza, no coração de estrelas que posteriormente explodiram ( supernovas ) e os disseminaram pelo universo.
O Oftalmologista junta-se ao Astrofísico.
No céu tudo se move. A terra tem uma rotação à volta de si mesma e uma translação à volta do sol, mas a Via Láctea, a nossa galáxia, também roda. E o conjunto das galáxias estão a afastar-se umas das outras numa expansão que é acelerada.
Quando olhamos para o céu estamos a olhar para o passado. A luz propaga-se à velocidade de 300 mil Km por segundo. O Sol está a oito minutos luz da Terra, isto é, a luz do Sol demora oito minutos a chegar aos nossos olhos. Portanto, quando olhamos para uma estrela que está a dez anos luz da terra estamos a olhar para o passado há dez anos atrás.
O Big Bang deu-se há 13,7 mil milhões de anos, portanto a distancia ao ponto mais afastado no espaço é de 13,7 mil milhões de anos luz, na verdade com a expansão acelerada ( cada vez maior ) do Universo, esta distancia é muito maior próximo de 45 mil milhões de anos luz. O que significa que o diâmetro do Universo mede 90 mil milhões de anos luz. Isto é o Universo dito observacional podendo o total ser 250 vezes maior.
Para quem gosta de refletir sobre a nossa origem e dimensão isto dá que pensar.
Boa observação das Perseidas dia 13.
Figura 1 Imagem mais profunda do telescópio James Webb – 4.6 mil milhões de anos luz
Figura 2 Comparação de imagem do telescópio Hubble com o James Webb
Figura 3 Imagens do telescópio James Webb
Vídeo: Olho cósmico