Está a decorrer a semana de prevenção da patologia ocular denominada  Glaucoma, que  é  atualmente a causa mais frequente de cegueira em Portugal, sobretudo pela falta de despiste.

O Glaucoma é  de facto um conjunto de doenças que têm como denominador comum a tensão intraocular (TIO) e o dano no nervo óptico.

De acordo com o ângulo ocular, existem dois tipos de Glaucoma – Aberto e Fechado.

O Glaucoma Crónico de Ângulo Aberto é o mais frequente. É uma doença com componente hereditário cuja alteração patológica se situa no ângulo do olho, havendo uma drenagem menos eficiente do liquido intraocular, Humor Aquoso, com consequente aumento da pressão na Câmara Anterior.

É, portanto,  uma doença crónica que tem aumento da TIO e alterações no Nervo Óptico.

O diagnóstico faz se com a medição da TIO, Campos visuais e Tomografia Ocular Coerente ou OCT.

Os campos visuais estudam a visão periférica, e com protocolos específicos para glaucoma, escrutinam o tipo de  perda de sensibilidade à luminosidade .

O OCT é uma tomografia que estuda as células e fibras da retina em pormenor, e comparando com padrões normais, avalia a evolução no tempo usando os exames efetuados anteriormente.

O tratamento inicial é feito com colírios, que baixam a produção ou aumentam a drenagem do Humor Aquoso.

Os doentes já diagnosticados têm de ser avaliados em consultas de seguimento e, se não estiverem controlados, deve rever-se  a medicação e, eventualmente, usar tratamento com laser ou cirúrgico.

A cirurgia evoluiu muito nos últimos anos. Usam-se técnicas minimamente invasivas para aumentar a drenagem do Humor Aquoso através de dispositivos intraoculares.

A European Glacoma Society  tem protocolos reconhecidos internacionalmente com padrões excepcionais.

Para a prevenção ser eficaz tem que haver um rastreio universal.

Todas as pessoas devem medir a TIO num oftalmologista,  particularmente a partir dos 40 anos, e os doentes com história familiar de glaucoma devem ter um seguimento ainda mais rigoroso.