A visão depende dos olhos e de um sistema visual intacto, mas se estivermos com os olhos fechados ou numa sala escura não vemos.
A luz penetra nos olhos, sensibiliza a retina, e transmite através dos nervos e tratos ópticos a informação visual até ao cérebro, no córtex occipital- o visual.
O Universo só contém 5 % de matéria conhecida. 30 % é matéria negra e 65 % energia negra, que, portanto, não vemos. Ambas são entidades teóricas, a sua existência e propriedades são deduzidas indiretamente.
A presença de matéria negra foi proposta porque, segundo as leis da gravidade, a massa detetada das estrelas e gases na galáxia é muito insuficiente para explicar a grande velocidade com que percorrem as suas órbitas em torno do centro galáctico. Não se sabe de todo o que é essa matéria negra.
A existência da chamada energia negra foi sugerida em 1998, após as observações mostrarem que a velocidade da expansão do universo vai acelerando em vez de diminuir, como as leis da gravidade requerem. Algo parece contrariar a gravidade. À semelhança da matéria negra, não sabemos o que é, daí o nome.
A teoria da relatividade restrita relaciona massa com energia. A famosa equação simplificada E=mc2 relaciona os valores de massa e energia mecânica os corpos. Massa e energia são dois aspetos da mesma realidade.
Recentemente, com novas informações do telescópio James Webb, consegue-se ver mais longe e, portanto, mais cedo na formação e história do Universo. Sem aparecerem partículas novas, surge uma teoria alternativa para explicar estes conceitos. Propõe a existência de um universo escondido de partículas negras e forças negras que existem em paralelo com as partículas e forças convencionais, da matéria normal. Este universo negro poderia ter tido o seu próprio “Big Bang Negro”. Isto faz lembrar a ficção científica, nomeadamente a Guerra das Estrelas, onde Darth Vader fala da “ dark side of the force “.
Mesmo a matéria / energia conhecidas têm frequências só detetáveis na gama infravermelha, ultravioleta ou outra, que não sensibilizam a retina.
O sistema visual representa 20% do input sensorial total do corpo humano, isto é, os 2 nervos ópticos têm 1/5 do volume total de fibras sensoriais de todo o sistema nervoso.
A visão inclui a discriminação visual, a que os oftalmologistas chamam Acuidade Visual.
A visão periférica – campimetria -, é o campo de visão.
A visão de cores avalia a discriminação colorida na gama visível.
A perceção em 3 D, chamada estereoscópica, consiste no facto de a visão dos dois olhos ser mais do que a soma da visão de cada olho. A explicação da visão tridimensional reside na distância entre os olhos e consequente pequena diferença da imagem entre cada olho, a integração das duas dá a visão a três dimensões.
A visão noturna permite-nos ver estrelas no céu. A visão mesópica, ou do crepúsculo, é intermédia entre a visão do dia e a da noite.
Falamos, portanto, de um conjunto de funções que damos como adquiridas, mas que requerem um sistema visual da ponta das pestanas à parte posterior do cérebro intacto e 100% funcional.
O oftalmologista e o astrónomo encontram-se no caminho inverso do Big Bang.
A visão é o sentido mais sofisticado, mas o Universo é de uma complexidade inexcedível e continuaremos a ver proporem-se teorias para o tentar explicar e novos paradigmas…. O que é em si maravilhoso.
Figura 1 Angiografia de campo ultra-amplo de diabético. Parece o firmamento visto da nossa clínica no Porto.
Figura 2 O Universo desde o Big Bang
Figura 3 Imagem do James Webb - O Espaço Profundo
Figura 4 Imagem do Hubble
Figura 5 Trato visual